quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A bandeja é sua quando você pega.
ela sustenta seu prato,
seu copo não escorrega,
deixa tudo organizado...
E sem que nada interfira,
estão você e ela
Amizade de plástico
momentaneamente eterna.
Eis que chega o funcionário,
Destruidor da ordem escolhida,
cavaleiro dos templários,
ou coisa muito parecida,
e lhe tira o objeto que deseja
A ação jamais esquecida
Já não é agora uma bandeja,
é uma célula da sua vida
Foi-se embora num sutil e educado:
"Licença, posso retirar?"
Lá vai ela naqueles braços...
Já não se pode mais enxergar.

Evite sofrimento,
frieza e calculismo.
Grite numa só voz:
"Não. Não ao bandejismo!"


(algumas pessoas entenderão. Outras..)

sábado, 24 de outubro de 2009

Está decretado,
terminantemente,
inter-nacional_
mente, universal:
Ninguém pode mais
dar adeus aos seus pais,
aos seus amigos,
recentemente conhecidos.
Não acene do navio
como um lenço na mão
chorando um rio
que é bem capaz
de ser castigado.
Cuidado, rapaz, cuidado
Não se despeça jamais
de um lugar que goste
E é bom mesmo que aposte
toda alma que você tem
e preocupe-se não com o que vem,
e esqueça tudo na vida
que recorde o que lembre despedida.
Foi por quase dizer adeus
(pular no profundo abismo)
que criei a melhor teoria:
utopia do não-despedismo.
Lua

(ps.: despedistas revolucionários,
por favor, vão embora)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

desfeito São João


Olha pro céu, meu amor
Veja só ele caindo
Olha pro chão que não tem uma flor
Nem ninguém passa sorrindo

Lembro que à noite tinha seresta
Hoje ninguém tem coração
Olho pro céu, brilho não resta
Mesmo na noite de São João

Não há ninguém a cantar
Está vazio o salão
E no terreiro está a chorar
Quem abandonou um coração...
Lua