quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Rosa

Faz 13 anos que me casei com Rosa, e ela sempre foi assim mesmo. Foi por isso que me casei com ela. Não tem essa história de que no começo é tudo um mar de rosas. A verdade é que vivo num mar de rosas há 13 anos. Quero dizer, mar de Rosa, sem o plural da expressão. Até porque, rosa mesmo, só uma.

É certo que deixei uns projetos por causa dela. Mas eram projetos de casa, de trabalho, de amigos. Nada demais. E também, não é, qual é a relação que não tem isso de abandonar uns projetos? Pois é, nenhuma. E se você a conhecesse, também deixaria uns projetos de lado, e entenderia o que estou dizendo. Feito a Rosa não existe. Mulher bonita de verdade, sincera, cozinha que é uma coisa. E sem falar no bom humor matinal, na gentileza e na simpatia, na bondade...

A Rosa é até brincalhona! Tem cada piada boa, meu Deus. Dia desses trocou meu nome. Me chamou de Alberto, olha só. Não deu tempo nem para a estranheza, desatei-me a rir. Alberto é o personagem da novela que ela gosta. Sabe o Alberto, marido da Irene, da novela? Bom, eu não sei por que meu negócio mesmo é futebol, mas ela garantiu. E parece que a novela é boa mesmo.

A Rosa dá plantão à noite. Eu até insisti, disse que não havia necessidade, que ela podia ficar cuidando só da casa, que o que eu ganho dá muito bem pra o sustento. Mas ela não quis. Ficou até um pouco chateada. Disse que queria sim ajudar nas contas: “onde já se viu, ficar em casa, cuidando só da casa?”. Falou com uma graça! Eu deixei.

Agora, escola de samba é assunto sério, não é verdade? Eu sempre fui da Portela. E a Rosa também. A casa, eu fiz questão de comprar bem perto da sede. Pena é que, como a Rosa é plantonista, é difícil pra ela dar uma passada lá. Ainda bem, ela não faz questão que eu fique em casa. Mas uma vez eu fiquei pra dar aquele agrado à patroa. Não é que peguei-la saindo de verde e rosa? Ah, Rosa atrapalhada, trocou as cores da Portela! Eu quase penso besteira! Mas é tanta coisa na cabecinha dela...

(continua)

lua

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